Wednesday, August 30, 2006

se achavas

que me ias deixar calado, enganaste-te bem.
começo aqui a minha vingança
e a minha redenção

rendi-me
à palavra que foste
e àquela que sou

não

deixei-te descrita nas paredes de outros tanto quartos
deixei que o teu último suspiro se pendurasse
para enferrujar

não me faças isso

marquei-te

não me tocaste

vinquei-te as pernas
deixei-te o cabelo mastigado
arrancado a punho seco no chão por baixo dos teus pés

nem olhaste

empastelou o último riso que largaste ao descuido,
rameloso de tão velho

cão
penduraste-me pelo peito

ladrei-te
que me ouvisses
julguei-te.

morta

minha.