E, de repente sem voz, sem tom nem acento. intimidado por um afazer que desconheco, que nao vejo. sons palidos. murmurios insanos. um vento que nao levanta e nao me levanta daqui. de baixo. do fundo de um cul de sac. do termo de um sonho que ainda nao me deixou findar. fincando os pes na madeira de soalho que escorrega e foge sem que disso me aperceba. treme de bicho, esplendido.
qualquer dia esta casa levanta voo. qualquer dia, prometes?
Sunday, September 28, 2008
Sunday, June 15, 2008
danças no escuro
Foste um olhar furtivo, acertivo, escondido entre o enrolar de uma conversa de dias, de menções terríveis, de jogadas preferidas e incompletas. Foste uma corda que se me amarrou no pescoço e apertou com convicção, lenta, discretamente, mas retiravas-me a voz aos poucos. Só sabia dizer o qu eme tinhas dito, só sabia ver o que tinha vitso pelos teus olhos. Desconheço os lugares que digo que percorri, não tinha idade, não tinha visão que fossem os meus. Sou bela, disseste-me uma vez. Já outros me lembravam constantemente a minha pequenez. Não sou baixo, mas não consigo vez para cima de ti, nem aos saltos, nem te tentar contornar. Nem sei se quero tentar. Tiraste-me mais do que outros noutras alturas, tiraste-me a vontade de viver uma vida que fosse minha. trocaste-me as voltas, apagaste-me o caminho que se estendia a minha frente. E eu que me tinha prometido não deixar que isso acontecesse. Deixaste-me aqui, num nó, do fáceis. Amarraste-me a voz latamente e agora, sentado nessa cadeira de braços a minha frente, inspiras o fumo com que me toldaste a vista e esperas... esperas. Que queira soltar-me a voz, que te confirme a tua importância derradeira para me deixar de falar, esperando a pena no silêncio que possa remeter palavras que sejam minhas e não essas que já disseste. Quando me soltar, quando me decidir soltar, querer-te-ei ainda? Tens de ficar para ver, meu cativo. Tens de esperar nessa cadeira de âncoras. Tens de desesperar.
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